Alguém me disse que o pior é o que morre dentro de nós enquanto vivemos...


 Das quatro vezes que liguei, apenas a primeira foi consciente, as outras três eram mais como designação da culpa me possuindo os sentidos. Tenho vivido de culpa, ou vivido com a culpa, companheira assídua de meus dias brutos, se senta em meu colo, bebe do meu leite, derrama meu conhaque, aspira a fumaça do meu cigarro, usurpa meu estado inexistente. Eu não existo, sou uma cópia mal feita de seres humanos que se perdem ao nascer. Que triste observação do ser, logo eu que sorria para as nuvens, percebia o cheiro da chuva horas antes do temporal cair. Agora eu não existo, não percebo o "ao redor". O que é o vento? O encanto? Folhas secas no outono significam o que? Apenas Estado de um tempo que não cansa de me pregar peças, só isso. Mas algo dentro de mim diz que já foram de alguma forma, importantes. Como se o simples fosse suficiente!
Não tenho recordações, só flashes de memórias, e acredite são duas coisas muito diferentes. Diferem no notar, no agir, no sentir o cheiro da lembrança. Eu só vejo recortes de passado em folhas trituradas. E quando sinto, quero dizer, quando sinto de verdade, os sonhos parecem pousar em meus pensamentos como fantasmas que assombram ao contrário, assim, me permito mais.
Talvez eu me encontre por ai.
Poliana Fonteles
Fonte: Minhas Ana's

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