Bem vindos a Partholon!
Uma terra distante onde mitos e lendas são reais, onde avistar um centauro não causa qualquer espanto e onde tudo pode acontecer...
Partholon é também onde reina a magia e os desígnios da deusa bem amada Epona. Epona concede a uma mulher especial a graça ser a Deusa Encarnada, A Escolhida, com quem mantém diálogos e delega certas atividades especificas como conduzir cerimônias e agregar mais respeito e amor à sua figura divina.
Apenas para nos situarmos na história, a trama de A Escolha de Elphame se inicia quando a atual Escolhida está em trabalho de parto da filha primogênita com seu consorte xamã centauro (sim, pode causar certa estranheza, mas a autora trata logo de satisfazer nossa curiosidade sobre os “mecanismos” da reprodução alheia (risos): o xamã centauro pode se metamorfosear para que “pudessem se unir, de fato”.
Como está escrito, o primeiro filho da Escolhida será uma menina e por graça de nascimento também será a próxima Deusa Encarnada. E o que acontece? Elphame é realmente tocada pela deusa ao nascer híbrida humana e centauro. Não, ela não tem quatro patas ou rabo, mas a parte inferior de seu corpo possui músculos equinos e é banhada por uma penugem muito suave; como cavalos, ela têm cascos. No mais, sua anatomia é idêntica a de qualquer humana.
Ser tocada de forma tão obvia pela deusa Epona tem certos pontos negativos, pois Elphame sempre foi considerada uma deusa a ser adorada, admirada, respeitada e, exceto pela sua família, nunca teve ninguém próximo a ela. Por isso que, após mais de duas décadas deslocada em sua própria casa e não sentindo qualquer vestígio do poder de Epona, Elphame tem certeza de que nunca será a nova Escolhida, então resolve assumir o castelo de MacCallan, sua herança materna que tem estado abandonada desde que o castelo foi invadido por demônios fomorianos, mais de um século passado. Fomorianos eram demônios loucos, com sede de sangue, que felizmente foram erradicados há muito, muito tempo... será?
Inesperadamente, assim que Elphame chega ao castelo, começa a sentir fortes manifestações de poder, sente que chegou “ao seu lar”. Ela também está ansiosa porque seu irmão sensitivo, o guerreiro Cuchulainn, garante que é ali que seu destino será cumprido e que ela, enfim, encontrará seu consorte. Cuchulainn não lhe disse, entretanto, que ele via seu destino de forma nebulosa, envolto em sombras...
Lochlan representa as sombras. Lochlan também é um híbrido: humano/demônio fomoriano. Ele já conta mais de 100 anos (ainda que sua fisionomia seja jovem), possui presas, asas - que lhe permitem voar - e garras ao invés de pés e dedos. Elphame já entrou no coração de Lochlan através de sonhos antes mesmo que pudesse conhecê-la, porque Elphame é a prometida de Epona para que se cumpra a profecia capaz de liberar seu povo híbrido da maldição demoníaca da loucura dos fomorianos e fazê-los inteiramente humanos... Somente Elphame pode salvá- los, mas teria que ser “com seu sangue de deusa agonizante”. Lochlan tem certeza de que jamais poderia levar a cabo a profecia, então se mantém escondido de todos, pois com certeza só veriam a aparência de demônio fomoriano, não o meio humano. Sempre vigiando Elphame, Lochlan se aproxima como um anjo salvador quando ela se machuca, e assim começa a história de ambos.
A Escolha de Elphame (Editora Harlequin / 2011 – 428 páginas) é o primeiro livro da autora P.C Cast (muito famosa por sua série House of Night) que tenho oportunidade de ler. Gostei muito da forma como a autora conduziu essa trama interessante, e sua visão do universo mítico. Gosto muito de “celtices”, e ficou claro a influência da mitologia celta no livro, como utilização de nomes de deuses para os personagens.
A escolhida “tocada pela deusa”, na verdade não passa de uma jovem mulher carente de amigos, de um lugar para chamar de seu e de um verdadeiro amor. Tirando as alegorias, o que sobre é um enredo até mesmo muito básico da garota deslocada e insegura que floresce no decorrer da trama.
Em minha opinião de leitora, o romance entre Elphame e Lochlan foi muito mal aproveitado. Fofo, mas com pouco destaque. Lochlan demora a aparecer, e depois eles demoram a se encontrar e depois demoram a se reencontrar. E quando se reencontram já está quase na metade do livro, então tudo corre muito rápido, com a ingênua Elphame tomando a iniciativa no “desenrolar” de tudo (fui muito sutil nessa expressão, NE? risos).
Não posso deixar de dizer que boa parte do livro se passa enfocado na restauração do castelo (que é assombrado pelo fantasma do antigo senhor), na amizade que Elphame desenvolve com a curandeira cicatrizada por queimaduras Brenna, e a caçadora centaura Brighid Dhianna. Por vezes tantos detalhes são cansativos.
Mas ainda há um romance secundário que dá um up na trama, entre o irmão de Elphame, Cuchulainn, e a curandeira: Descrito como honrado guerreiro, mas incorrigível mulherengo, foi muito lindo ver o crescimento de um personagem que parece ter ganho espaço na trama praticamente sozinho... Será que foi intencional? Eu gostaria muito de tirar essa dúvida e perguntar à autora se ela se viu obrigada a dar mais “espaço” a ele, enquanto o romance de Elphame e Lochlan demorava a engrenar. Cuchulainn foi um personagem que me cativou demais e eu espero voltar a vê-lo!
A Escolha de Elphame é o primeiro livro da série Partholon, que até o momento é constituída somente por dois volumes. Eu digo apenas que, por terminar como terminou, vou aguardar ardentemente para que logo seja lançado o segundo volume da série (Brighid's Quest), pois há muitos ganchos que poderiam ser muito bem aproveitados...
A sinopse do site da autora não esclarece muita coisa, somente que a caçadora centaura Brighid Dhianna é que será a principal personagem. Também há no site da autora uma série muito interessante não YA, aparentemente relacionada à série Partholon, chamada “Divine”. Se alguém souber de algo a mais, por favor, informe nos comentários, ok?
Deixo vocês com os títulos e capas das séries Partholon e Divine:
Elphame's Choice, 2004 - A Escolha de Elphame (2011)
Brighid's Quest, 2005
Divine Series
Divine by Mistake, 2006
Divine by Choice, 2006
Divine by Blood, 2007
Divine Beginnings, 2009
Fonte: Leitura e Devaneios
Quero muito ler esse livro, gostei muito da narrativa da P.C.Cast
ResponderExcluiradorei a resenha *-*
beijos, Camila - Emoções em Páginas